Oi, gente!
Desculpem o sumiço, mas a correria tá grande por aqui. Tão grande que às vezes me assusto quando penso que já vamos completar dois meses de Montréal. Pra alguns pode até parecer pouco, mas pra nós, que aguardamos com tanta ansiedade a nossa vinda durante mais de um ano, quando olhamos pra trás e nos vemos aqui hoje, dá quase um nó na cabeça! rs...
Ainda é cedo pra tirar conclusões exatas e concretas sobre esse assunto mais-que-complexo que eh a imigraçao, mas posso dizer que estamos indo muito bem, obrigada! Após dois meses, já me sinto um pouco mais à vontade com a cidade, com o transporte que é muito bom, a localização das ruas (peguem o mapa de graça no metrô!!), e até com o sotaque quebecois: um dia após o outro, galera! A questao da língua, nao tem jeito: é estudar mesmo, e evoluir dia após dia, com cada palavrinha, cada expressão nova que aprendemos e que vamos guardando na caixola.
Já conheço alguns bons supermercados, outros mais carinhos, e já faço bastante uso dos "publi sacs" (o Alexandre adora!), com as promoções da semana. Já aprendi que podemos colocar cartas no posto do correio que existe dentro da Pharmaprix, bem como comprar o ticket do metrô lá também! Aliás, já aprendi que existe o Metro supermercado, o jornal Metro e o Metro metrô mesmo... rs...
Já aprendi tb que a cidade subterrânea não se resume ao Centre Eaton ou ao Les Ailes (Marcelo de Brasilia, tenho que voltar atrás e você vai me odiar por isso, mas a cidade subterranea não eh uma fraude não!! rs... Mas defitinivamente estamos deixando pra explorá-la melhor no inverno, com esse solzão que está fazendo todo dia, nao rola de ficar debaixo da terra, né!).
E definitivamente, hoje eu entendo o que todo mundo me dizia, mas eu achava que era um pouco de exagero: o que é a saudade, quando se viaja emigrando. É uma saudade completamente diferente daquela que você sente, quando vai fazer um intercâmbio ou sai de férias por um mês... E olha que eu sofri quando fiz intercâmbio, viu! rs... Mas o negócio aqui dói porque você vai, sem ter data pra voltar, sem saber quando vai rever a família e os amigos da sua terra-natal. Então parece que fica um vazio, sabe? É como se lááá no fundinho, eu ficasse pensando "tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas... Quê que tá faltando mesmo? Aaah, a família e os amigos!"
Outro dia aconteceu uma coisa engraçada, foi no dia do meu aniversário, e eu saí da sala do curso de francês, pra atender ao telefonema da minha mãe e da minha irmã. Depois de chorar com elas, voltei pra sala com a cara inchada, todo mundo ficou me olhando e comecei a chorar de novo. rs... Fiquei sem graça e saí pra lavar o rosto. Ao final da aula, Alexandre veio me contar que quando eu saí, ele explicou que eu estava saudosa por ser meu aniversário e a mulherada toda da sala começou a chorar também, inclusive a professora. rs... Agora, imaginem comigo a cena: um monte de mulheres, de vários lugares do mundo (venezuelana, ucraniana, romena, koreana, e por aí vai), todas chorando, pq sabiam exatamente do que eu estava falando! A saudade é universal, galera! rs... Essa palavrinha pode até não existir em nenhuma outra língua, mas o sentimento tá ali.
Foi engraçado, mas foi bom isso ter acontecido, porque eu pude ver que nao sou a única! Que a saudade aperta muito neste começo mesmo, e vai continuar apertando por um bom tempo, até eu ter de fato uma rotina, um trabalho fixo (estou trabalhando
neste restaurante, mas não sei se será por muito tempo), e principalmente: uma
profissão fixa! hehehe. Mas isso é oooutro assunto, pra oooutro post.
Pra acabar, como eu disse à
Carol: não quero assustar ninguém, muito pelo contrário, não me arrependo em nenhum momento de ter vindo, porque isso aqui é bom demais e ainda vai ficar muito melhor!! Mas quem for apegado à família como eu, prepare-se, porque no começo não é fácil não!!
O negócio é pensar a longo prazo, e daqui um ano ou dois, vai ser legal rever este post e sentir que estou mais forte neste quesito e em todos os outros também. J'espère!! =D