terça-feira, 24 de junho de 2008

Repetições à parte... Influências na adaptação

Ultimamente, eu tenho recebido alguns e-mails com uma questão sempre parecida e por isso resolvi postar aqui. Muita gente me escreve perguntando sobre a adaptação no Québec, se a vida é fácil ou difícil, quais os fatores que influenciam nisso...
A minha resposta (deixo claro que é minha opinião pessoal) é que a adaptação depende única e exclusivamente de você e de como você encara as coisas. Adaptação pra mim, não tem a ver com ficar aqui pra sempre. Uma adaptação a qualquer coisa na vida, significa mudança. Imagine então, uma adaptação a um novo país.
Desculpem se estou sendo repetitiva, mas quem acha que se sai ileso depois de viver numa sociedade completamente diferente da nossa, está redondamente enganado. Mesmo aqueles que não "se adaptam", acabam mudando em alguma coisa, podem acreditar.
Aqui a gente lida o tempo todo com vários sentimentos paradoxais. Algum tempo depois da chegada, a excitação de aprender uma nova língua dá espaço ao cansaço mental e ao desconforto na hora de se comunicar. Por mais que você se esforce, às vezes nem as nossas piadas fazem sentido pra eles e vice-versa.
Quer ver um exemplo? Outro dia no meu trabalho, um amigo meu estava cantarolando... Daí eu disse, meio querendo rir: "você gosta de cantar??" (peloamordeDeus, quem não conhece a famosa respostinha "então aprende!" ???) Daí ele disse: "gosto, sim. A-d-o-r-o cantar". Aí eu respondi, toda feliz: "então aprende!!!" Quem disse que ele entendeu a piada?
Não satisfeita, fui contar o ocorrido pra uma colega africana e o máximo que consegui tirar dela foi um "entendi, vc tava falando pra ele aprender a cantar, né?" a coitada fazia o maior esforço pra não me fazer sentir uma idiota.
Ou seja, tem certas coisas que não adianta a gente querer "trazer pra cá"... Isso é outro fator que atrapalha muito a nossa adpatação aqui: querer que tudo seja igual ao Brasil, exceto os fatores ruins... Essa mania que a gente tem (estou me incluindo nessa) de ficar toda hora comparando as coisas daqui com o Brasil, é muito desgastante. Se estamos num país diferente, não tem como querer que a comida, os eventos, as músicas e mesmo as piadas (!!) sejam iguais ao que estamos acostumados... Por isso que eu digo: ou você se abre pro novo, ou você vai ter muita dificuldade em lidar com isso tudo.
Outra coisa que infelizmente acontece e eu ainda tenho dificuldade em lidar é com a questão de dividir meu tempo entre as coisas daqui e minha vida no Brasil. Estando trabalhando o dia inteiro e estudando à noite, quando chega o fim de semana, a gente quer espairecer, sair, ver os amigos. Ao mesmo tempo, mesmo fazendo esses programas aqui, sempre fico me lembrando que estou devendo um e-mail pra alguém, que preciso responder tal coisa pra fulano, ligar pro amigo aniversariante, etc. É complicado isso, pois quando vejo, passaram-se duas, três semanas e eu não fiz nada daquilo que tinha planejado, no quesito "manutenção social", se é que esse termo explica o que eu estou querendo dizer. rs..
Enfim, esse post já está ficando longo demais, mas fiz esse esboço porque acho importante as pessoas ponderarem a decisão, e saberem que mudar de país não é brincadeira. A gente investe muito no processo, tanto financeiramente como psicologicamente. Por isso, meu amigos, façam valer à pena!! =)
E feliz St-Jean pra todos! Amanhã é feriado!!
Bisous procês.

sábado, 14 de junho de 2008

E assim passou nosso primeiro ano em Québec...

Mas sabe quando parece mentira?

Antes de vir, foram tantas pesquisas, procuras sobre as cidades do Québec, demanda de livretos via internet, intermináveis leituras de blogs, o loooooongo processo do visto... E eu juro pra vocês que mesmo depois de um ano, tem horas que ainda bate uma coisa, tipo "e não é que eu tô aqui mesmo??". O dia da nossa chegada então... Vai ficar marcado pra sempre na nossa memória.

Apesar de eu não ser a pessoa mais religiosa do mundo, sempre páro para agradecer a Deus por tudo que Ele nos tem proporcionado. Tanta coisa boa que nos faz mais felizes a cada dia aqui, e mesmos as dificuldades, é certo que nos levam ao crescimento.


Após um ano morando em Montréal, digo que estou feliz sim, bem mais adaptada do que no início, mas ainda não posso dizer por quanto tempo ficarei aqui. Se penso no mercado de trabalho, na qualidade de vida, eu digo que não volto nunca mais pro Brasil... Mas quando penso num futuro sem minha família aqui por perto, meu coração aperta e fico sem resposta. Quanto ao Alexandre, ele agora fica dizendo que só volta pro Brasil de férias. rs...
Acho que em um ano, eu mudei muito em alguns aspectos. Não sei se isso é bom ou é ruim, mas vejo que a mudança interior também faz parte desse processo de mudança de país. A gente conhece tanta coisa nova, novos comportamentos e formas de pensar, agrega novos valores, valoriza ainda mais alguns de nossos valores brasileiros, se delicia com novos sabores (às vezes nem tanto...), e o melhor disso tudo: conhece gente do mundo inteiro.
Não sei quanto aos outros amigos que moram aqui, mas pra mim, de toda essa experiência morando fora, o mais enriquecedor é mesmo o fato de conhecer mais de perto a cultura de vários outros países. E mesmo com os brasileiros, nós temos amigos de toda parte do Brasil e até com eles nós aprendemos coisas novas, costumes novos, gírias novas, enfim... Isso tudo, pra mim não tem preço que pague. Exeperiêncis únicas, com pessoas mais que especiais.

Família da Geneviève

Ásia, Europa, Américas do Sul e Norte, em um 3 1/2 que é como coração de mãe...


Amizades de trabalho



Québecoises e nós


Street Hockey

Festa Angolana


Amigos desde nosso primeiro curso de francês

Amigos de trabalho trabalho voluntário

Agradeço a Deus também por todas as visitas que já recebemos aqui em casa, neste primeiro ano. Isso ajudou demais a controlar a saudade.





O problema depois vai ser me reacostumar a não ter sempre alguém a mais com a gente em casa! Por isso, caros amigos e familiares que lêem este blog, sintam-se sempre convidados a nos fazer uma visitinha. =P

E assim, a vida continua. Ainda temos muita coisa a aprender e o importante é estar aberto pra isso. Aberto a conhecer coisas novas e a aprender com elas. Tudo nessa vida tem uma lição, mas querer praticá-las, é outra história. Como dizia meu professor na faculdade: o importante não é o que acontece com você, mas sim, o que você faz com aquilo que acontece com você.

E vamo que vamo, minha gente!! Feliz 1 ano pra nós e que venham os próximos aninhos!!!

domingo, 1 de junho de 2008

Utilidade pública!

Gente, estou postando hoje rapidamente, para dizer aos nouveaux arrivants de Montréal, que quem estiver chegando a partir de agora e tiver um pouco de dificuldade com a língua, poderá ter atendimento no bureau de imigração em português!! É isso mesmo.

Vocês podem ir até o bureau do metrô Crémazie (não é o da Berri-Uqam), no endereço abaixo:

255, boulevard Crémazie Est, bureau 8.01
H2M 1M2
Téléphone : 514 864-9191

É só pedir para ter atendimento em português.

Bonne chance à tous et bienvenue!