terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Festinha no Brasil e aqui!

Hoje completamos 8 meses de Montréal!! Oito mesezinhos gente, o bebê tá quase nascendo! hihihi
Mas é isso mesmo, em 8 meses aqui, nós nascemos de novo, recriamos nossas vidas em vários aspectos, até nos pequenos detalhes: reaprendemos a falar, a escrever, a interpretar textos, a redigir CV, a usar máquina de lavar com moeda, a fazer varal na sala do apartamento, pois as roupas que não vão na máquina de secar, também não podem ficar lá fora com esse frio todo... E por aí vai...
Quando eu digo que nascemos de novo, é porque é assim mesmo que nos sentimos, porque este recomeço gera mudanças muito fortes nas nossas vidas. É um recomeço onde absorvemos muita informação de uma nova cultura, ao mesmo tempo em que criamos novos valores, novos hábitos (sem esquecer a base dos nossos, lógico).
É claro que, quanto mais se pesquisa antes de vir, melhor preparada a pessoa vem. Mas mesmo assim, existem detalhes do cotidiano - como o fato de não precisar balançar o braço pro motorista do ônibus parar na sua arrêt, ou ainda os choques que a gente leva, por causa da secura dos aquecedores - que são coisas que a gente só aprende aqui, no dia-dia e pagando muito mico! =)
Pra encerrar esse assunto, completo dizendo que mesmo depois de 8 meses, ainda estamos caminhando em relação às duas línguas, damos um passo a cada dia. Ainda me pego de vez em quando dando aquele sorrisinho amarelo, quando fazem uma piada no trabalho, só pra eu não ficar com cara de "não entendi"... Acho que é como o Alexandre sempre diz, os dois grandes fatores que influenciam na adaptação de quem se muda de país são: trabalho na sua área (e satisfação por isso) e fluência na língua. Com essas duas partes resolvidas, o resto acaba fluindo naturalmente.
Mas outra coisa importante pra esse post, é que hoje é aniversário do meu paizinho lindo e amado! Meu pai, um ex-padre que cresceu na roça do Rio Grande do Sul, ex-professor, ex-tradutor e revisor da Embrapa, é um senhor já de idade, que está fazendo hoje 83 anos. É uma pessoa com uma história de vida linda e ao mesmo tempo triste em alguns aspectos, com um coração enorme, cheio de bondade e carinho pra dar. Paizinho lindo, como te amo!!! Que Deus te dê ainda muitos anos de vida com muita saúde, principalmente porque você sempre teve uma saúde de ferro, mas à medida que os anos vão passando, as coisas mudam um pouquinho, né? Queria estar aí hoje pra te dar meu abraço pessoalmente, mas mando "virtualmente" todo o meu desejo de felicidade pro senhor.


Nem vou falar muito, porque já tô me emocionando aqui. rs...

Mas é isso, gente! E vamo que vamo, rumo ao primeiro aninho na terra gelada! Aliás, contagem regressiva, hein: 4 semanas pro inverno acabar (oficialmente, pelo menos! hehehe).

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Uma questão de sobrevivência

Esse fim de semana, Alexandre teve uma crise horrorosa de enxaqueca, como nunca teve antes. Ele ficou de sexta a domingo sofrendo com a dor, e não teve neosaldina que resolvesse o problema. No domingo, depois de ligarmos pro InfoSanté no fim do dia, a enfermeira nos recomendou que fôssemos pro hospital, já que o Alexandre naquele momento já estava num ponto de gemer de dor... Lá fomos nós encarar o frio, levando todos os analgésicos que ele tinha tomado, pra mostrar pro médico.
Mas sem mudar o foco do post, o fato é que eu nunca senti tanto a importância de saber me COMUNICAR, como senti nesse dia. Graças a Deus correu tudo bem, consegui entender o que a médica falava e me fiz entender também. Mas só me passava uma coisa na cabeça: imagina se numa situação de emergência como essa (só nós dois lá, e ele sem conseguir falar muito) eu não conseguisse me comunicar, dizer o que ele está sentindo, há quanto tempo, o que ele já tomou, etc... Ainda mais estando num país diferente, tudo o que colocavam no soro dele, eu anotava o nome, perguntava pra quê servia, qual a composição. Se no Brasil eu já ficava ligada nessas coisas, aqui minha atenção redobrou, né.
Bem verdade que a médica falava em inglês e eu respondia em francês, mas o que importa é que a gente se entendia. rs... Por isso meus amigos, esse post hoje foi apenas pra dizer isso: não brinquem com a questão da língua. Numa hora de urgência, isso vai além do lado social ou profissional. É realmente uma questão de sobrevivência.
Passado o susto, ele já tá bem de novo! =)