segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Que seu 2008 seja tão feliz como foi o nosso 2007!!!

Chegou o dia da virada do ano!!
Engraçado que geralmente eu me sinto meio nostálgica neste dia, fico relembrando tudo o que aconteceu comigo durante o ano... E não que hoje tenha sido diferente, mas caramba... Quando penso nesse ano de 2007, me vem tanta coisa maravilhosa à cabeça, que se eu pudesse, transformava essa nostalgia em ação: rebobinava a fita e reviveria tudo umas 3 vezes.
O Ano começou com nosso recém-casamento, a lua-de-mel que foi extendida até Guarapari e Rio de Janeiro, quando pudemos curtir bastante alguns amigos e nossas famílias. Depois disso, foi a fase final em Brasília e a sensação que me dá é que vivemos os outros 11 meses do ano, como se fossem um só dia, mas um dia de... Sei lá, de 48 horas. As primeiras 24 no Brasil e as outras 24 horas, aqui em Montréal. rs...
Viagens à parte, estou hoje me sentindo muito feliz por tudo o que conquistamos este ano e é uma felicidade que acho que nem sei explicar direito... Essa nostalgia que costumo sentir veio diferente dessa vez... O fato é que, agora que a poeira baixou e estamos relativamente com a vida encaminhada, bate uma saudadezinha gostosa daquela época de quando tudo era novidade, sabe?
Agora há pouco falei com a Flá pelo msn e amiga, eu juro que via no brilho dos seus olhos a mesma ansiedade e alegria que eu sentia, quando estava na mesma etapa do processo que vocês estão agora. =) E era tão bom isso, cara! Depois que desligamos a ligação, fiquei pensando em tanta coisa boa que está por vir pra vocês: o visto, a compra das passagens, a chegada (!!!), a universidade, apartamento novo, vida nova!!!
Como esse ano foi bom, meu Deus!!! E eu não tenho nem coragem de pedir mais nada pro ano que vem, porque tenho tanta certeza de que Ele está cuidando do nosso futuro (como cuidou até agora), que simplesmente entrego nossas vidas pra Ele. Claro que ainda temos muitos planos, projetos que queremos realizar e estamos fazendo nossa parte pra isso. Mas mais do que nunca, acredito que tudo o que nos aconteceu até agora, aconteceu bem do jeitinho que era pra ser, e não tem porquê querer meter os pés pelas mãos. Tudo acontece no seu momento certo, se você age com boas intensões.
Por isso, pra quem está chegando agora ou está pra vir dentro de alguns meses, meu desejo pra você é que você venha com a melhor energia possível dentro de seu coração, pois é essa mesma energia que voltará pra você! Que você seja otimista, sem tirar o pé do chão. Venha aberto para o novo, sem medo do desconhecido. Encare as dificuldades como aprendizado, mas pesquise bem antes de vir, pra amenizar os pequenos percalços que possam surgir. Acredite. Tenha força. Lembre-se sempre dO Segredo: gratidão é igual a atração. E faça a sua parte, que o resto vai se ajeitando por si!
Hoje termino este último post do ano, agradecendo! E apenas agradecendo.
Agradecendo a vocês, amigos queridos, blogueiros ou não, que sempre deixam tantas mensagens de carinho aqui no blog. À você, querida tia Anna, que sempre me acompanha por aqui e que, me corrija se eu estiver errada, talvez tenha me conhecido um pouquinho melhor, através dos meus pensamentos expressos neste cantinho. À você Bi, irmã querida que, mesmo na correria do seu trabalho, também sempre tira um tempinho pra se atualizar nas minhas aventuras quebecoises! A vocês, Méri e Marcelo de Bsb, que apesar de não comentarem sempre, volta e meia tenho a bela surpresa de ver seus nomes na janelinha de comments! Enfim, a todos vocês, amigos e família que eu sei que também acessam o blog e que, volta e meia, comentam sobre ele nos e-mails, ou quando nos falamos no msn.
Encerro o texto, mais uma vez, com esta expressão que costuma fazer parte das minhas orações, não exatamente sempre, mas sempre que lembro! ;)

Que deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, (muita) coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir umas das outras.

E aqui vamos nós, enfrentar a neve e o frio pra encontrar os amigos na virada do ano!


Bonne année à tous!!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Joyeux (premier) Noël!

E assim passou nosso primeiro natal em terras canadenses!


Infelizmente não pudemos ir à comemoração de Natal dos amigos Geneviève et Olivier, devido ao meu trabalho. Confesso que, nos últimos dias, os clientes me desejavam "Joyeux Noël" e eu respondia o mesmo, mas sem nenhum clima de fim de ano. Não sei explicar, mas acho que também não é difícil de entender... rs...

Digo que não estava em clima de festas porque aqui, meu referencial de Natal se perdeu completamente - pelo menos neste primeiro ano - a ponto de eu só me tocar que realmente estávamos perto do Natal uns 5 dias antes, quando Alexandre comentou comigo que tínhamos que resolver onde íamos passar, o que compraríamos, etc.

É engraçado porque, apesar de ver a cidade toda enfeitada - muito linda, diga-se de passagem - a neve nas ruas e o sorriso no rosto das pessoas, tudo isso me dava mais uma sensação de estar dentro de um filme, do que o clima natalino em si.

Meu Natal no Brasil, normalmente era feito de: enfeites pela casa desde o início de dezembro, cozinha bagunçada a partir do dia 23, compras de última hora, missa no dia 24 com festinha depois, e família reunida no dia 25. Na verdade, acho que eu curtia mais os momentos do dia seguinte, do que da própria festa. Era quando eu, meus pais e minhas irmãs nos juntávamos pra comer a comida da noite anterior (aquela torta de nozes deliciosa que minha mãe faz) e comentar sobre a festa. Era a hora de curtir os presentinhos, mesmo aqueles que vinham do "Inimigo Oculto" e falar abobrinha em família. Muitas saudades disso! Ontem, foi estranho falar por telefone com toda a minha família, imaginar que tudo isso estava acontecendo mais uma vez, e eu não estava lá...

Mas, como na vida tudo tem seu lado bom, e chegando ao ponto forte deste post, tenho que dizer que nosso primeiro natal quebequense foi mais que especial. Passamos a noite com nossos amigos queridos, Patricia e José, Youngji e Alexandra. E apesar de eu estar super cansada depois de um dia inteiro de trabalho, nos divertimos muito, comemos até dizer chega (pratos venezuelanos e colombianos!) e ficamos altinhas, eu e Paty, com aquele bebidinha deliciosa da Venezuela, que esqueci o nome agora (eu disse que estava altinha...).




Nesta última foto, José e Patricia dançam merengue, tentando explicar a diferença entre Salsa e Merengue. Confesso que não consegui entender não!! =P

Quando nos demos conta da hora, eu e Alexandre tivemos que nos apressar e sair correndo pra não perder o último ônibus da noite. E não é que mesmo assim, perdemos? Lá fomos nós, andar até o metrô naquele friiiiiio de rachar a pele. Pelo menos queimamos um pouco das várias calorias ingeridas.

Quando cheguei em casa e abri meu armário, que bela surpresinha: em cima da minha bota, tinha uma garrafa de Amarula e um "Ho ho ho", identificando mais um presentinho que "meu Papai Noel" tinha me dado! ;)

E hoje estamos aqui, comendo a comidinha de ontem (como vocês podem ver, o costume passa de geração pra geração), tomando Amarula, enquanto curtimos uma boa preguiça e colocamos em dias os episódios perdidos de Lost. =)

Feliz Natal pra todos!!! Feliz Navidad!!! Joyeux Noël!!!

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Você sabe que está num país de primeiro mundo quando...

... Você presencia um grupo de ladrões invadindo uma loja, liga pra polícia e tem que passar por um longo questionário do agente do 911, até que eles acreditem no fato e transfiram pra polícia. Eles chegam rápido ao local, cerca de um minuto após a ligação, mas depois de tanta pergunta, os ladrões já tiveram tempo suficiente pra roubar e fugir sem serem pegos.

... Você se sente tranquila em ligar pra polícia nesse caso, sem ter medo de uma possível "revanche" dos ladrões, com participação inclusive dos próprios policiais que te atenderam.

... O governo tem dinheiro (milhões de dólares) pra arcar, várias vezes durante o inverno, com as despesas que cada tempestade de neve acarreta. Sim, porque a roubalheira aqui é, no mínimo, bem menor do que o que a gente vê todo dia no Brasil, então não falta dinheiro numa situação de emergência como essa.
... Quando você aos poucos vai descobrindo inúmeros produtos super úteis pra essa temporada de frio. Maquininha automática pra tirar a neve da fachada de casa (não que eu precise, afinal, nem fachada de casa eu tenho!); palmilha com isolação térmica, feita com o mesmo material utilizado pelos astronautas da Nasa; casacos que te protegem no frio de -20 graus, como nenhum outro que você comprar fora daqui; pantufa que se auto-esquenta.

... Quando você vai a um supermercado, diferente daquele de costume, e na hora de pagar no caixa, você se dá conta de que ali, o caixa é "self-service": você mesmo scaneia os produtos que quer comprar, finaliza a "venda", passa o cartão no local indicado pela telinha, assina virtualmente (sua assinatura também sai na telinha), pega sua sacola e vai-se embora.

... Quando você encontra um ator famoso, durante um jantar casual no seu restaurante preferido e ele está sem seguranças por perto, nem nada. Mas não me refiro a um mero "ator global" não... Falo de ator hollywoodiano, o Brendan Fraser. rs...

... Quando você, dias depois do encontro acima, dá de cara com ele fazendo compras, tranquilamente, no lugar onde você trabalha e ele ainda compra na sua mão!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Seis meses! Já? Ou ainda?


Olha aí, pessoal...
Seis meses se passaram até agora. Dá pra acreditar?? Quanta coisa já aconteceu! E quanta coisa ainda tem pra nos acontecer... Sabe aquele sensação que às vezes a gente tem, que por um lado parece que foi há mais tempo, mas por outro lado, parece que foi ontem? É assim que me sinto em relação à nossa vinda pra Montréal. E nos últimos dias, fiz um balanço geral na minha cabeça, tentei rever todo esse processo e concluí que, graças a Deus, estamos indo muito bem, obrigada! Retrospectiva (relativamente) rápida:

Primeiro mês (junho/julho): Nossa chegada foi ótima. Aquilo parecia um sonho!! Tudo era só festa! Um caloooorrr que parecia até que estávamos em algum lugarzinho escondido do Brasil... Estávamos em lua-de-mel com nossa nova cidade, com as línguas, com essa mistura de rostos e culturas por toda parte, com os lugares novos que conhecíamos, com cada coisinha comprada pra nossa futura casa... Enfim. Só alegria!

Mont-Royal

Segundo mês (julho/agosto): Foi o mês do meu aniversário... Nessa época, fazíamos um curso gratuito de francês num ótimo centro social, chamado La Maisonée com a Mme. Veronique, um amor de pessoa, que nos acrescentou muitas coisas, inclusive pras nossas vidas. Naqueles dias, comecei a descobrir a intensidade da saudade de quando se parte - por tempo indeterminado - do seu país... Foi um mês ainda de muitas outras descobertas, ao mesmo tempo em que começava a me familiarizar com o sistema de transporte, com os nomes das ruas e avenidas (quanto mais eu me perdia entre elas, mais eu as conhecia...). Foi nesse período também que eu trabalhei naquele restaurante e vivi boas experiências por lá.



Alexandre e Mme. Veronique

Terceiro mês (agosto/setembro): comecei a ter a rotina do curso a tempo pleno. De manhã, estudava as matérias, limpava a casa, cuidava da nossa "filhinha", mandava e-mails, etc. Depois ia pro curso, de meio-dia às 20hs (incluindo o tempo do transporte). O engraçado era que, apesar de estar sempre com a cabeça ocupada e com mil coisas pra resolver, a saudade ainda apertava forte. Tinha dias, que não me dava vontade nem de sair da cama... Acho que a situação ficou um pouco mais dificil porque, com Alexandre trabalhando o dia todo e estudando à noite, nossos horários desencontravam e eu me sentia um pouco sozinha em casa. Além das questões quanto ao meu futuro profissional né, que também me abalaram um pouco nessa época (e ainda me abalam... Um pouco menos, mas abalam).

Galerinha do curso


Quarto mês (setembro/outubro): Comecei meu trabalho voluntário na Rádio. Uma nova experiência muito gostosa, onde conheci pessoas muito especiais e hoje, minhas sextas-feiras não são mais as mesmas se eu não participo do programa. Nessa época conhecemos o outono, fizemos passeios por lugares encantadores. Minha rotina era praticamente a mesma, mas acho que foi um mês um pouco mais fácil em relação à saudade. Percebi que neste quarto mês, eu pensei menos no Brasil e vivi mais as coisas daqui... Depois de conversar com uma amiga que mora nos EUA há 3 anos, eu realizei que o tempo que eu "perdia" chorando de saudade, eu deixava de viver as coisas que aconteciam por aqui... É engraçado pensar que, antes de vir pra cá, a gente fica com a cabeça na nova vida que está pra começar. Mas depois que a gente chega, parece que o coração ficou lá. rs... Não rola de viver nessa contradição o tempo todo, né?


Equipe da Rádio Centre-Ville, com a convidada do dia.


Parc St. Jean-de-Matha



Quinto mês (outubro/novembro): Curso de francês escrito pela manhã e novas possibilidades surgindo para o restante do dia... Junto a essas novas possiblidades, o frio chegou também, e a cada grau a menos, a gente aumenta nosso récorde pessoal! Pô gente, dá um desconto aí, porque acho que o maior frio que já peguei em Brasília foi uns 12 graus (posivitos, claro) e de madrugada... Foi neste quinto mês também que nós dois vimos a neve pela primeira vez e, "roceirisses" à parte, foi emocionante!! Por falar nisso, agora em Montréal está fazendo -6 graus! =)

Esperando o ônibus, na frente de casa.


Sexto mês (novembro/dezembro): A melhor surpresa, desde que chegamos: recebemos nossa primeira visita do Brasil! E foi assim, eles decidiram de repente! Uma "amiga-irmã-madrinha" veio com o maridão de férias pra cá! Estão passando 15 dias aqui e está sendo simplesmente maravilhoso. Eles estão só um pouquinho assustados com o frio! hehehe Mas tá sendo muito legal poder mostrar pra eles como é a nossa "nova cidade", nossos novos costumes, novos lugares que freqüentamos, etc. Sem falar das horas e horas de muito papo pra colocar em dia. Quanto à saudade, posso dizer que de vez em quando ela volta de mansinho, às vezes em forma de sonho e às vezes por meio de algum pensamento/lembrança que chega fora de hora. Mas acho que tenho controlado bem, não me entrego mais tão facilmente. Vamos ver como vai ser no Natal, né? Fora isso, além da rádio, peguei um outro bico, que aliás, merece um novo post só sobre essa situação de "empregos fora da nossa área". Quanto ao Alexandre, ele está encaminhadíssimo, bem contente no trabalho e nas horas de folga também.

Chez nous!


Colocando em prática os ensinamentos do prof. Antoine! E não é que funciona mesmo?? rsrsrs...


Patinando ao ar livre, na velha Montréal. Bom demais!!


É, acho que o saldo está sendo bem positivo, viu... Tenho estado com os dias super corridos, estudando de manhã e trabalhando à tarde e à noite. Alguns projetos novos em vista pro ano que vem. Mais visitas previstas pro ano que vem também! =D Ebaaaa!!!


E assim vamos nós, rumo a 2008. Eu ainda vou fazer um post de retrospectivas desse ano, porque meu Deus, viu... Quanta coisa aconteceu em um único aninho!!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A primeira nevasca, a gente nunca esquece!!

Gentem, qu'est-ce que c'est ça???


Hoje acho que tivemos uma primeira palhinha da famosa "merda branca"... E olha que o inverno, oficialmente, nem chegou ainda! Tivemos uma tempestade de neve, acumulando por volta de 30 cm da "coisinha branca".

A cidade praticamente parou (o trânsito parou de verdade). Nos jornais, só se falava dos engarrafamentos, batidas, atrasos de ônibus e escolas fechadas.

Quando saí de casa, meus pés afundavam na neve até quase os joelhos, sorte que tinha colocado a calça pra dentro da bota!! Os ônibus aqui na Île estavam todos abarrotados, perdi 3 seguidos, porque eles já não paravam mais. Ficamos (eu e os outros na parada) esperando debaixo de neve por quase meia-hora. Quando consegui entrar em um, ele estava cheio, abafado e andando super devagar. Um percurso que geralmente é feito em 15 minutos, foi feito em quase uma hora. Uma menina desmaiou do meu lado, dentro do ônibus e foi aquele auê. Quando desembarquei, atolei de novo o pé na neve.

O pior foi, depois de passar por tudo isso, minha amiga do curso me ligar avisando que o professor não havia chegado e que não teria aula. rs... Lá foi a Manuzinha pegar o ônibus e voltar pra casa. Ainda bem que hoje era dia de folga no trabalho!
Daqui da janela, fiquei observando a ventania. Gente do céu, Jesus me chicoteia!!! Sabe aquelas tempestades de areia no deserto, que a gente vê nos filmes? Imagine isso, mas com a neve sendo jorrada pelos ares, côdilôcoooo!!!

Olha a nossa varanda como ficou:

Vocês vão me achar muito doidinha se eu disser que, ainda assim, continuo achando tudo isso divertido?? =)